Ao mirar os olhos diante de algum elemento do cotidiano, quantas histórias podemos contar sobre ele? 
Tecer olhares é projetar horizontes de possibilidades. E assim, escrever nas páginas da memória sentimentos de ontem que vivem nos agoras. São miragens do povo, das gentes que rabiscam nas paredes do tempo concretudes de desesquecimentos. 

O projeto Bahia de Dentro, se propõe a trabalhar memória do interior baiano, alinhavar retalhos de lembranças espalhadas pelo cotidiano e produzir narrativas, e por meio desta exposição fotográfica evidenciar os patrimônios históricos que guardam memórias  e recordações  no imaginário da população, de uma rua que se modificou, de uma casa que foi construída no Século XIX, um movimento artístico, assim, trazemos o patrimônio histórico em fotografias que registram a história do nosso lugar e do nosso povo de Amargosa-BA.  Como afirma Fernandes: "O conceito de Patrimônio Histórico não está restrito ao dito Patrimônio Edificado, constituído de bens imóveis, representados pelos edifícios e monumentos. Ao falarmos em patrimônio Histórico, entenda-se não apenas o Patrimônio Arquitetônico, mas também o Patrimônio Documental e Arquivístico, Oral e Visual, museológico, enfim o conjunto de bens que atestem a História de uma sociedade" (FERNANDES, 199, p.269.)

Discutir sobre os patrimônios materiais de nossa cidade reivindica o resgate da memória, como enfatiza LeGoff, em busca pela preservação no sentido de “salvar o passado para servir o presente e o futuro”,  com responsabilidade com as novas gerações de Amargosenses, para que  possam presenciar, vivenciar e conhecer as suas histórias e patrimônios, preferencialmente que isso ocorra não apenas pelas lembranças com ares de saudosismo, mas através da preservação dos nossos espaços de memória.

Desta forma, salientamos que esta exposição fotográfica  possui como objetivo principal problematizar o tratamento dado aos nossos Patrimônios históricos, visando um trabalho que propicie um olhar crítico sobre este cenário, com intuito de propor possibilidades de escritos e debates que girem em torno do funcionamento das políticas de tombamento,  efetive o direito respaldado pelo artigo 215 da Constituição em que afirma que “o estado irá garantir o exercício dos direitos culturais” ou uma consciência social sobre os patrimônios históricos, para preservação de elementos tão importantes e fundamentais para identidade cultural da sua, da nossa e das próximas gerações de amargosenses.